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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Escurecimento global, você já ouviu falar disso?

Os impactos do Carbono Negro e o escurecimento global

A combustão incompleta de combustíveis fósseis (como o diesel) ou da madeira, liberta resíduos para a atmosfera denominados de carbono negro. Considerado na maior parte como fuligem, o carbono negro constitui uma fração extremamente pequena da poluição do ar e tem um efeito significativo no aquecimento da atmosfera principalmente em altitudes superiores a 2.000 metros. Além disso, escurece a superfície dos oceanos ao absorver radição solar.
O seu principal impacto diz respeito ao “escurecimento global” que é a designação dada à redução da quantidade de irradiância direta global na superfície terrestre, efeito observado ao longo de várias décadas, após o início de medições sistemáticas na década de 1950. Acredita-se que esse fenômeno tenha sido causado por um aumento da quantidade de aerossóis atmosféricos. Os aerossóis absorvem a energia solar e refletem a luz do sol de volta para o espaço. Este efeito variava com a localização, mas sabe-se que, em nível mundial, a redução ocorrida foi da ordem dos 4% ao longo das três décadas entre 1960 e 1990 quando essa tendência começou a se inverter. O escurecimento global interferiu com o ciclo hidrológico por via da redução da evaporação e pode ter estado na origem de secas ocorridas em várias regiões. Por outro lado, o escurecimento global cria um efeito de arrefecimento que poderá ter mascarado parcialmente os efeitos dos gases do efeito estufa no aquecimento global.
Experiências efetuadas nas Maldivas, no sul da Ásia (comparando a atmosfera sobre as ilhas do norte e do sul do arquipélago) na década de 1990 mostraram que o efeito dos poluentes macroscópicos presentes na atmosfera nessa altura (trazidos pelo vento desde a Índia) provocou uma redução de 10% na quantidade de luz solar que atingiu a superfície terrestre na zona sob a nuvem de poluentes.
Antes do início deste estudo, as previsões apontavam para um efeito de 0.5% a 1% devido à matéria particulada. As cinzas vulcânicas dispersas na atmosfera podem refletir os raios solares para o espaço arrefecendo o planeta. Foram observadas diminuições na temperatura da Terra após grandes erupções vulcânicas como as do Monte Agung, Bali em 1963, El Chichón, México, 1983, Nevado del Ruiz, Colômbia 1985 e Pinatubo, Filipinas, 1991. No entanto, mesmo no caso de grandes erupções, as nuvens de cinza dissipam-se passado relativamente pouco tempo.
Segundo o administrador de empresas e especialista em comércio exterior, Magno Lopes, um dos efeitos mais notáveis do escurecimento global é a redução do nível de evaporação da água, este fato influencia na produção de alimentos, em mudanças nos ritmos de chuvas, circulação de ventos e correntes marinhas. Lopes ainda destaca a devastadora seca na Etiópia e Somália nos anos 70 e 80. Por quase 10 anos, o nível de chuvas transformou em deserto uma parte da área subsaariana (regiões próximas ao grande deserto do Saara) vitimando milhares pela fome. O oceano Atlântico, responsável pela distribuição de umidade naquelas regiões, não se aquecia o suficiente para evaporar a massa de água necessária ao perfeito regime de chuvas.
Esse é mais um dos efeitos provocados pela ação do homem e que tem interferido no ciclo natural do nosso planeta.
(texto publicado originalmente no espaço "Nosso Planeta" na quarta edição da Revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL)

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