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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Não adianta confinar a sustentabilidade em um departamento", diz executivo

Presidente do Grupo Santander foi o convidado do 2º Colóquio Junior Achievement

A sustentabilidade não deve ser uma política compensatória. É o que defende o presidente do Grupo Santander Brasil, Fábio Barbosa, palestrante convidado do 2º Colóquio Junior Achievement, que ocorreu na manhã desta terça-feira no Teatro do CIEE-RS, em Porto Alegre.

Para Barbosa, que abordou o tema "Como construir negócios sustentáveis e formar uma geração consciente", o tema sustentabilidade precisa estar presente no dia a dia da empresa, não ficando restrito a apenas um departamento.

— Assim como área de qualidade existia e não existe mais em algumas empresas porque está em tudo, assim é com a sustentabilidade. Não adianta confiná-la num departamento. A responsabilidade é de todos. Temos um longo caminho. É hora de agir— reforça o executivo.

Para Fábio, a exigência dos consumidores tem sido o motor para incentivar adoção de práticas sustentáveis por parte das empresas. Ele destacou que os consumidores têm acesso mais fácil à informação e acompanham o tempo todo por meio da internet como a empresa se posiciona frente aos assuntos que interessam à sociedade.

- Sustentabilidade é reconhecer o papel das empresas na construção da sociedade— defende.

Questionamentos

Depois da palestra, o executivo respondeu perguntas do presidente da Randon, David Randon, do diretor do Instituto Gerdau, José Paulo Soares Martins, do vice-presidente executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, e do vice-presidente de Relações Institucionais da Braskem, Marcelo Lyra. O jornalista Eugênio Esber, da revista Amanhã, foi o mediador do colóquio.

O primeiro a fazer perguntas foi Randon. O empresário questionou sobre o perfil do empreendedor modelo para o futuro. Para Barbosa, a obsessão de olhar exclusivamente para o próprio negócio em uma sociedade interdependente se tornou ultrapassada.

— O novo líder tem uma visão holística do papel da empresa e valoriza a transparência. O executivo tem de ter muito mais diálogo como parte do seu perfil do que no passado.

Martins, da Gerdau, quis saber como é a experiência de movimentar um grupo grande de pessoas, como é o caso do Santander, para que percebam o significado da sustentabilidade. Segundo Barbosa, no banco o primeiro passo foi criar comitês para ouvir as ideias dos funcionários que demonstravam interesse no tema.

- O que fiz foi me envolver e me cercar de pessoas que têm a convicção de que essa causa tem mérito.

O vice-presidente de Relações Institucionais da Braskem, Marcelo Lyra, questionou Barbosa sobre como ele vê o desenvolvimento sustentável como uma estratégia do país e o papel das corporações e seus líderes no sentido de criar um ambiente que permita que o Brasil se torne referência em desenvolvimento sustentável.

- O que a gente faz no Brasil está muito a frente do que se faz mundo afora - frisou o executivo.

Para Barbosa, mais do que cobrar do governo leis e definições, as empresas vão querer a partir de agora estabelecer um padrão de sustentabilidade para os seus setores para não andar a reboque das inovações das concorrentes.

O vice-presidente executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, foi o último a fazer a sua pergunta. Melzer questionou como o presidente do Santander cobra no dia a dia da organização a aplicação dos objetivos de sustentabilidade da empresa. Barbosa informou que o banco procura valorizar não apenas o que se obteve de resultado, mas como esse resultado foi construído. O colaborador é avaliado não só por metas numéricas, mas pela maneira como ajuda a organização a atingir o perfil que ela quer para o futuro em termos de satisfação do cliente.

— Nosso negócio significa não apenas buscar o resultado desse ano, mas pavimentar o caminho para o ano posterior.

Fonte: Zerohora.com

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