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sábado, 20 de agosto de 2011

Verti Ecotecnologias oferece serviços especializados para tornar construções mais sustentáveis


Principal emissor de CO2 no mundo, a construção civil exige soluções ambientais; empresa mineira desenvolve projeto estratégico para aplicação no mercado

Segundo dados do Energy Information Administration (2006), a construção civil é o principal setor responsável pelas emissões de CO2 no mundo, ultrapassando automóveis e indústrias. Estes números podem ser reduzidos em até 39% quando se trata de uma construção ecologicamente correta. Além disso, práticas sustentáveis podem reduzir em até 50% o consumo de energia, 40% o gasto de água e 70% a geração de resíduos sólidos.

Diante destes dados, a Verti Ecotecnologias e a Brandt Meio Ambiente estão introduzindo alguns conceitos de sustentabilidade em um dos mais inovadores projetos para a construção – um primeiro edifício já está sendo planejado e sua obra deverá iniciar em 2012, em Belo Horizonte. Além das tradicionais certificações como o LEED, Procel e o selo de sustentabilidade ambiental da Prefeitura de Belo Horizonte, esse projeto busca a incorporação de estratégias inovadoras tanto para a sua concepção, quanto para construção, uso ou até mesmo futura demolição. O desafio é alcançar um novo patamar em sustentabilidade na construção civil.

Atualmente, existem alguns parâmetros para que uma obra seja considerada sustentável, como eficiência energética, baixo consumo e reutilização de água, uso de materiais recicláveis e regionais, sistemas eficientes para conforto térmico e gestão ambiental – diretrizes que já foram incorporadas à obra. A analista do projeto na Verti Ecotecnologias, Fernanda Vidal, ressalta que, apesar desse tipo de obra apresentar orçamentos em média 5% mais caros durante a fase de construção, a relação custo x benefício é muito vantajosa durante o uso do edifício. Os usuários perceberão uma grande redução nos custos do condomínio, bem como nas contas de energia e água.

Ela ressalta que é importante investir ainda na análise de ciclo de vida dos materiais, o que reduz o uso inadequado de matéria-prima e auxilia na escolha correta dos materiais. “Trata-se de um investimento em longo prazo, que trará benefícios para os usuários, vizinhos e também para o planeta”, afirma. A previsão é que a obra seja iniciada em meados do próximo ano.

Os trabalhos estão sendo desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar, com coordenação do professor Flávio Carsalade da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da professora Roberta Souza, do Labcon - Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética no Ambiente Construído -UFMG. A Verti Ecotecnologias é responsável pela análise de ciclo de vida dos produtos da construção.

Desenvolvimento

Segundo Fernanda Vidal, a análise do ciclo de vida é o método mais abrangente para mensurar os impactos totais de um produto em relação ao meio ambiente, aos recursos naturais e também à saúde humana. “Esse método considera todos os impactos da extração da matéria-prima até a disposição final após a utilização”, explica. Desse modo, alguns materiais de construção da obra serão avaliados quanto a sua viabilidade e desempenho ambiental, uma vez que o processo permite conhecer os pontos fracos e fortes de cada material. “O objetivo é oferecer um critério ambiental confiável para a escolha de alguns materiais que serão utilizados na construção do edifício”, conclui.

Basicamente, a análise consiste na elaboração de um inventário que avalia todas as entradas e saídas envolvidas no processo de produção, como o produto final e a emissão de gases poluentes. O processo segue as normas ISO (14040 e 14044) e inclui todas as etapas, desde a extração da matéria-prima até a última reutilização do produto. As análises são relacionadas a categorias de impactos ambientais, considerando, por exemplo, fatores como aquecimento global, depleção de ozônio e eutrofização, dentre outros. É baseado nessas categorias que os produtos são avaliados e comparados.

Fernanda Vidal comenta que os resultados podem revelar situações surpreendentes, como descobrir uma considerável variação na emissão de gases poluentes por determinado produto, em cada região. “Dependendo do local onde é produzido ou como ele é transportado, ele pode ter diferentes impactos no ambiente”, explica. Além disso, os estudos podem quebrar alguns mitos comuns. Um estudo feito na Holanda, comparando camisetas de fibras sintéticas e naturais, revelou que as sintéticas agridem menos o ambiente. Isso porque ao se levar todo o ciclo de vida do produto, incluindo a fase de uso, essas camisetas gastavam menos energia, detergentes e água para serem lavadas e passadas. Neste sentido, Fernanda Vidal destaca que a análise de ciclo de vida já tem sido utilizada em diversos países, como Holanda e EUA, inclusive como auxílio ao poder público para que este possa incentivar o uso de produtos sustentáveis. Um exemplo da utilidade do método é avaliar, por exemplo, qual seria a matriz energética adequada para cada região ou país.


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