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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

INOVAÇÃO E INCENTIVO ÀS PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

Iniciativas do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial estimulam o desenvolvimento sustentável do Paraná gerando empresas cidadãs

Na cidade de Mandaguari, norte do Paraná, o projeto Espaço Mulher vem melhorando a qualidade de vida dos seus colaboradores. Desenvolvido na empresa Romagnole, o projeto visa criar uma política de equidade de gênero. Em encontros mensais, as mulheres que trabalham na empresa têm a oportunidade de debater sobre questões voltadas ao ambiente de trabalho, postura profissional, relacionamento no ambiente de trabalho, e saúde.
O projeto ainda está na sua etapa inicial, mas quando esta for concluída, terão início ações com base na demanda que for levantada pelas próprias mulheres, além da capacitação para os líderes de cada área da empresa sobre questões de gênero. “As participantes mostram em suas avaliações que ficaram satisfeitas com o espaço para colocar suas demandas e dificuldades, já que eram pouco ouvidas e muitas vezes sofrem preconceitos”, conta a coordenadora de Gestão de Pessoas da empresa, Gisele Galatti.

Através da iniciativa do Espaço Mulher, a empresa fez ainda uma parceria com o Sesi para a implantação do projeto Caminhos da Profissão, com o objetivo de proporcionar capacitação profissional para os filhos e familiares das colaboradoras e colaboradores da Romagnole, e também cursos profissionalizantes para as esposas e filhas de colaboradores que estão desempregadas. Mas nem sempre foi assim. De acordo com Gisele, o espaço mulher surgiu em fevereiro de 2011, frente à percepção da empresa com relação às modificações sociais que surgiram com a ampliação do número de mulheres nas indústrias. O projeto piloto nasceu então por meio de uma parceria com a FIEP e com o Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE). Hoje, a Romagnole é considerada uma empresa cidadã que vem contribuindo com o desenvolvimento sustentável do Paraná.

Para se criar uma ação com foco nas colaboradoras da empresa, foi realizado um Círculo de Diálogo com as mulheres voltado para o ODM 5 – Valorização da Mulher e Igualdade Entre os Sexos, e a aplicação de um questionário socioeconômico com o objetivo de obter informações das próprias mulheres para contribuir na elaboração do projeto e desde então, tem dado bons resultados. Mas este é apenas um dos cases de sucesso do CPCE – que tem como responsabilidade mostrar que isso é possível por meio de ferramentas“ que não são de filantropia, mas de administração”, segundo Victor Barbosa, presidente executivo do Conselho, fazendo assim com que outras empresas as apliquem em seus entornos.
Para o presidente que acumula 31 anos de experiência empresarial e em ações de responsabilidade social, o Brasil não é o país mais adiantado quando se trata de consciência sustentável, mas aos poucos os exemplos já começam a aparecer. “Com o trabalho da FIEP e do CPCE, as pessoas começam a perceber que o tripé da sustentabilidade impacta na boa governança, porque não existe boa governança sem o tripé da sustentabilidade” afirma Barbosa, acrescentando ainda que o segredo do sucesso está na simplicidade: “Nós damos a receita do bolo e as pessoas percebem que a coisa é bem mais simples do que se pensa”.

Criado em 2004 pela Federação das Indústrias do Paraná durante o Congresso Paranaense da Indústria, o Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, conta hoje com 220 organizações entre indústrias e sindicatos, comércio e serviço, instituições educacionais e terceiro setor. O projeto que nasceu com o objetivo de reunir as potencialidades e competências empresariais e promover o desenvolvimento sustentável do Paraná, já é referência no estado e está em contínua expansão com a criação de regionais em cidades do interior.

A coordenadora do Conselho, Fernanda Rocha, destaca a importância da regionalização dos CPCE´s. Por meio da sensibilização de sindicatos e de visitas as empresas, afirma Fernanda, a iniciativa tem sido muito bem recebida no interior. “Muitos têm interesse no tema, mas não sabem como fazer e acham muito difícil. Depois que damos alguma ideia, eles vêem que são capazes de fazer algo e elaboram seus projetos”, diz a coordenadora sobre o trabalho realizado com as regionais. O CPCE está instalado em Londrina e Maringá e nos próximos meses Cascavel e Ponta Grossa também terão suas regionais.

Com a mobilização realizada pelo Conselho, muitas empresas do Paraná hoje são signatárias do pacto global e em suas práticas de negócios, adotam os valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção, refletidos em dez princípios (ver quadro), desenvolvidos pelo ex-secretário da ONU, Kofi Annan. “Anualmente, as empresas signatárias apresentam a um comitê um relatório com as ações realizadas de acordo com os princípios do pacto”, explica Fernanda Rocha.

Dividido em núcleos de trabalho, o conselho também articula e apoia ações e projetos de responsabilidade socioambiental, investimento social privado e ações de voluntariado através da participação dos profissionais de diferentes segmentos e setores da sociedade, organizados nos seguintes grupos: Núcleo Organizações do Terceiro Setor; Núcleo Indústrias e Sindicados; Núcleo Comércio, Serviço e Apoio ao Desenvolvimento e Núcleo Instituições Educacionais.

Por meio do núcleo Instituições Educacionais, a mais recente iniciativa do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial lançou o Movimento Paraná Educando na Sustentabilidade. A coordenadora desse núcleo, Sonia Ana Leszczynski, define que o enfoque do movimento é muito amplo e vai muito além da visão ambiental. “A sustentabilidade deve ser trabalhada em diferentes aspectos: social, econômico e ambiental, englobando assim vários fatores”, afirma. Segundo a psicóloga, é preciso primeiramente conscientizar as pessoas por meio da difusão da informação, para posteriormente partir para um plano de ação.

Uma das ações deste movimento que busca a conscientização por meio da educação, foi a palestra realizada com o teólogo e professor Leonardo Boff, no dia 2 de agosto. Boff elogiou a iniciativa do CPCE de articular as instituições educacionais para a sustentabilidade e apontou que a educação é a porta de entrada para um novo começo. “O grande desafio é encontrar um meio de habitar o planeta de tal maneira que consigamos manter o equilíbrio da Terra, como ser vivo. E a educação pode promover a consciência cidadã, aquela capaz de proteger e cuidar de tudo que está ao nosso redor”, ressaltou o professor que foi um dos redatores da Carta da Terra.

Além da articulação e mobilização, o Conselho trabalha ainda com a criação de material didático sobre a visão da sustentabilidade e para os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro o núcleo Instituições de Ensino prepara o Curso de Capacitação para Educação na Sustentabilidade. Outro instrumento criado para motivar os empresários para reflexão e inspirá-los para uma nova cultura empreendedora que gere empresas voltadas não somente ao lucro, mas que priorize o ser humano na empresa e esta na comunidade em que se insere, é o guia Empresário do Terceiro Milênio, fundamentado nos Princípios do Pacto Global e nos Objetivos do Milênio (ODM). Até o fim do ano, O CPCE lançará um curso à distância com base nesse guia.


Princípios do Pacto Global

1. Respeitar e proteger os direitos humanos;
2. Impedir violações de direitos humanos;
3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho;
4. Abolir o trabalho forçado;
5. Abolir o trabalho infantil;
6. Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho;
7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais;
8. Promover a responsabilidade ambiental;
9. Encorajar tecnologias que não agridem o meio ambiente.
10. Combater a corrupção em todas as suas formas inclusive extorsão e propina.

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Matéria publicada originalmente na edição 24 da Revista Geração Sustentável
Jornalista: Letícia Ferreira
Fotos: divulgação


Veja os outros conteúdos dessa edição!

Matérias:
Capa: Usipar - Transformando entulho da construção civil em novos produtos
Qualidade de Vida: Academias ao ar livre
Visão Sustentável: Os projetos florestais do Grupo Ecoverdi
Responsabilidade Social: Ações e Projetos CPCE
Desenvolvimento Local: Os desafios da Construção Civil

Artigos:
Fabrício Campos: Círculo Virtuoso e os Caminhos da Sustentabilidade
Gastão F. da Luz: De cógidos, fatos e acontecimentos
Jeronimo Mendes: A nova Ordem Econômica
Evandro Razzoto: Marketing Verde como ferramenta estratégica de negócio

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