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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

SUSTENTABILIDADE: DA TEORIA À PRÁTICA

Com diferentes ações no Paraná, o Conselho de Cidadania Empresarial busca promover o desenvolvimento sustentável do estado

O conceito de sustentabilidade, embora já bastante difundido, nem sempre é lembrado em toda a sua abrangência. Pensando nisso, o Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) lançou o movimento Paraná Educando na Sustentabilidade que, segundo a professora Sonia Ana Leszezynsk, busca agregar um “repertório compartilhado” acerca da temática da sustentabilidade, “que vai muito além da questão ambiental – envolvendo também as questões econômica, social, moral e ética”.

Além dessa ação, que num primeiro momento busca sensibilizar os educadores e mostrar-lhes a importância do seu papel como agentes de transformação, o CPCE atua ainda em outras frentes, como na expansão dos núcleos regionais, na realização de palestras, cursos e encontros que tem como objetivo incentivar a adoção de práticas sustentáveis por cidadãos e empresas paranaenses. Outras articulações com representantes de sindicatos da classe industrial e do 3º setor também são previstas para auxiliar os diferentes públicos para atuarem em seus segmentos.

“Primeiro precisamos despertar a consciência para a educação na sustentabilidade para que as pessoas coloquem isso em prática”, explica a professora Sonia sobre a necessidade de pensar a questão da sustentabilidade de uma forma holística, aplicando essa metodologia primeiramente com aqueles que ensinam. “O ser humano é parte integrante do meio ambiente. Educar na sustentabilidade significa educar para o hoje, não para o futuro, pensando no desenvolvimento a partir do ponto de vista sustentável”, afirma a professora. Palestras já programadas em Londrina e Maringá pelo CPCE serão ministradas com o intuito de envolver as instituições de ensino para adotar, implementar e tornarem-se signatárias do Pacto Global e dos Princípios para Educação Empresarial Responsável (PRME).


O Pacto Global é uma iniciativa descrita pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan em 10 princípios, com o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Já os Princípios para Educação Empresarial Responsável (PRME) procuram estabelecer um processo de melhoria contínua entre as instituições de ensino de Administração a fim de desenvolver uma nova geração de líderes de negócios, preparada para gerir os desafios enfrentados por empresas e pela sociedade no século XXI.

Segundo Guido Bresolin Junior, vice-presidente do núcleo do CPCE que está sendo oficializado em Cascavel, além de realizar seminários para sensibilizar as indústrias para adotarem práticas sustentáveis, a ramificação do conselho que está em fase de expansão no oeste visa fomentar lideranças e aumentar o número de empresas da região que se comprometam com o pacto global, auxiliando o estado a atingir os objetivos do milênio.

“A expectativa é que consigamos fomentar a responsabilidade social em indústrias da região com ações de perpetuação”, explica Junior sobre a importância de se modificar uma cultura já formada na região. “Como o oeste foi desbravado, as empresas – muitas delas cooperativas – foram formadas assim, com esse caráter de exploração sem essa preocupação com a sustentabilidade”, afirma o vice-presidente do núcleo que busca ainda atingir universidades com seminários e debates.

Bresolin Junior destaca ainda a formação de lideranças que atuem não só no ambiente interno de suas empresas, mas também no meio em que estão inseridas, beneficiando a comunidade local como, por exemplo, contratando trabalhadores do entorno e valorizando assim a mão de obra local. Da mesma forma, Ney da Nóbrega Ribas, vice-presidente do núcleo do CPCE que está sendo oficializado em Ponta Grossa, ressalta o posicionamento de um negócio sustentável com foco no equilíbrio entre os aspectos econômico, social e ambiental: “Além do ambiente interno das empresas, não podemos mais ignorar a comunidade que nos cerca. E aí reside outro desafio, pois a sociedade despertou e cobra nossa postura em relação aos impactos que geramos com nossas atividades, sejam eles quais forem”.

Ribas atenta que sendo o conselho um fórum que congrega empresários com perfil de liderança e visão social, sensíveis às mudanças e causas para a construção de uma sociedade justa, inclusiva e sustentável - todos têm a oportunidade de contribuir com suas competências e capacidades inovadoras. “O CPCE atua na articulação e no apoio; e assim, congregados por meio de núcleos, em torno de programas, projetos e ações de voluntariado e responsabilidade socioambiental, com a participação de profissionais de diferentes segmentos da sociedade, confiamos que teremos força e efetividade para promover as transformações sociais que queremos”, afirma o vice-presidente do núcleo dos campos gerais, sobre a execução de ações que visam à qualidade de vida nas empresas e nas comunidades do seu entorno.

Assim como as regionais de Cascavel e Campos Gerais, as regionais de Londrina e Maringá também buscam maior proximidade da comunidade no sentido de que cada região, dentro de suas características, possa otimizar as suas forças e conduzir os trabalhos e programas de forma mais eficiente e participativa. Participação que também é a palavra-chave nos trabalhos do Conselho criado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) em 2004 e que recentemente teve sua logomarca alterada a partir do diálogo com os parceiros envolvidos, para reforçar a imagem do CPCE como órgão ativo responsável por fomentar as atividades de responsabilidade social nas empresas.

Outras ações de diálogo e participação são realizadas frequentemente pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, como o café da manhã com os contadores, organizado com apoio do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRC), do Sindicato dos Contabilistas de Curitiba e Região (Sicontiba) e do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado do Paraná (Sescap). O café foi uma iniciativa para orientar os profissionais para que atuem no sentido de conscientizar empresas e pessoas físicas para direcionar parte do imposto devido para entidades sociais. Além do uso de incentivos fiscais do Imposto de Renda para projetos sociais, o encontro discutiu ainda o projeto de lei que trata do assunto em trâmite no Congresso Nacional.

Com foco na questão social, o CPCE também está trabalhando para a realização do Encontro Paranaense de Reabilitação, Inclusão e Tecnologia com o tema Inovar para Incluir. O objetivo desse evento é disseminar novidades tecnológicas na área de reabilitação, inclusão e mobilidade reduzida como inovações em práticas de ensino, pesquisa, tecnologia em serviços e produtos para pessoas com deficiência. E as ações não param por aí: começando com a disseminação de uma visão mais abrangente do conceito de sustentabilidade até a implementação de ações de sensibilização e adoção de novas práticas, o Conselho trabalha a sustentabilidade da teoria à prática, envolvendo o maior número de atores nesse processo, uma vez que, como disse Ney da Nóbrega Ribas, “no futuro, nosso legado será medido pelo nível de comprometimento e responsabilidade que tivermos com aquilo que fizermos, deixarmos de fazer ou permitirmos que façam.

** Texto divulgado originalmente na edição 25 da Revista Geração Sustentável - jornalista Aline Presa.

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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Capa: Saiba como andam as práticas de sustentabilidade dos bancos brasileiros
Entrevista com Manfred Alfonso Dasenbrock - Sicredi PR
Desenvolvimento Local: Iniciativa sustentável inova modelo de entregas
Gestão de Resíduos: Iniciativas privadas buscam educar a sociedade a reduzir, reutilizar e a reciclar lixo

Artigos:
Ivan Dutra - Da Tunísia a Wall Street
Jeronimo Mendes - O encanto permance, mais o gosto muda
Yuri Beltramin - Como estamos construíndo nosso mundo sustentável?

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