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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Entrevista com Elisa Prado da Tetra Pak

Entrevista publicada originalmente na edição 26 da revista Geração Sustentável

Longa vida com sustentabilidade

Elisa Prado é formada em Comunicação Social pela PUC-Campinas e pós-graduada em Marketing pela ESPM de São Paulo. Possui mais de 20 anos de experiência na área de Comunicação Corporativa, adquirida em agências de Relações Públicas e empresas nacionais e multinacionais. Hoje atua como diretora de Comunicação da Tetra Pak, liderando equipes localizadas nos países da América Central e Latina. Anteriormente trabalhou por quatro anos na Vivo, empresa líder em telefonia móvel, na qual comandou o departamento de Comunicação Institucional. Nesta entrevista, com exclusividade para a revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL, Elisa abordou temas relacionados à gestão corporativa, ao consumo consciente e à reciclagem.


A Tetra Pak atualmente é conhecida como uma organização que desenvolve inúmeros projetos socioambientais, como é feito o processo de comunicação para os públicos interno e externo?

Na Tetra Pak, priorizamos a comunicação com transparência e acreditamos no valor desse trabalho como uma ferramenta estratégica no relacionamento com os nossos públicos. Assim, temos a obrigação de conscientizar os consumidores sobre a importância do equilíbrio entre os três pilares sustentáveis: Econômico, Social e Ambiental. Por isso, investimos intensamente na comunicação das nossas ações, atitudes e postura para todos os stakeholders, respeitando e adaptando os meios e mensagens de cada um deles. Procuramos disponibilizar o maior número possível de informações para os diversos públicos por meio dos diferentes canais como site, revistas, relatório de sustentabilidade, newsletters, além do atendimento direto à demanda dos jornalistas, por meio de nossos porta-vozes.


Quais são os principais projetos desenvolvidos no Estado do Paraná?

Desde 2002, a Tetra Pak, além de ações de apoio a prefeituras e cooperativas, realiza um trabalho de campo para fomentar a cadeia de reciclagem de suas embalagens. Para isso, conta com o apoio de uma equipe de colaboradores externos que atuam em diversas regiões do País. O trabalho desses prestadores de serviço é bastante amplo. Eles realizam a prospecção de iniciativas de coleta seletiva com catadores, cooperativas, comércios, escolas, igrejas e outras instituições, levando informações sobre a importância da coleta e da reciclagem das embalagens longa vida pós-consumo. Quando as iniciativas não estão bem estruturadas, eles oferecem orientação para que se organizem da melhor forma possível. Atuam também junto às prefeituras para conscientizá-las da importância da reciclagem e incentivá-las a implantar a coleta seletiva formal em seus municípios. Para isso, disponibilizam folhetos desenvolvidos e impressos pela Tetra Pak com explicações simples e claras sobre reciclagem, para serem distribuídos à população. Entre 2008 e 2009, foram produzidos 5 milhões de folhetos destinados a essas iniciativas. Para as cidades com população igual ou superior a 100 mil habitantes, foram feitos folhetos específicos, e, para os municípios menores, foi distribuído um folheto com informações gerais sobre coleta seletiva. Além desses materiais, foram criados diversos outros, sobre conscientização ambiental, para abranger todos os públicos.

Além disso, em 2007, a Tetra Pak foi procurada pelo governo do Paraná para discutir soluções para a destinação de suas embalagens pós-consumo no estado. Dessa negociação surgiu o plano Paraná e Tetra Pak em Ação – Longa Vida para o Meio Ambiente, elaborado em conjunto pela Coordenadoria de Resíduos Sólidos da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e pela equipe da Tetra Pak.

O principal objetivo é garantir o escoamento sustentável e a reciclagem das embalagens pós-consumo da Tetra Pak no estado. O plano foi composto por dez ações ambientais, baseadas em quatro estratégias-chave: incentivo ao trabalho de cooperativas para aumentar a captação das embalagens, iniciativas regionais de comercialização das embalagens pós-consumo, desenvolvimento de empresas recicladoras e educação ambiental. Essas ações foram realizadas durante o biênio 2008/2009, divididas em dois grandes blocos. O primeiro teve como objetivo proporcionar a infraestrutura necessária para as atividades de coleta seletiva e reciclagem. Foi feito um diagnóstico detalhado dos 22 municípios indicados pela secretaria e foram elaborados planos de ação específicos para cada cidade. Com base neles, a empresa efetuou a cessão de prensas, telhas e outros materiais às entidades envolvidas que pudessem contribuir para o programa de coleta seletiva. No total, foram cedidas 20 prensas enfardadeiras, quatro esteiras para triagem de materiais, cerca de 1.200 big bags, 2.120 telhas, 245 placas recicladas e material para 15 pontos de entrega voluntária (PEVs).

O segundo bloco de ações focou na educação ambiental. Envolveu a distribuição de 195 mil folhetos para conscientizar a população e 164 kits de educação ambiental, além da participação em eventos em shopping centers e da realização de outros projetos já consolidados na Tetra Pak, como o (Re)Ciclo de Cinema. Os resultados da parceria superaram as previsões. Apesar dos efeitos negativos da crise econômica de 2008, que afetou todo o setor de reciclagem, o número de iniciativas voltadas à coleta seletiva das embalagens longa vida no Paraná aumentou seis vezes (de 55 para 339). Além disso, o volume de embalagens encaminhadas para a reciclagem cresceu 18%, atingindo 4.099 toneladas em 2009, o que representa aumento de 4% na taxa de reciclagem de embalagens da Tetra Pak no estado em relação ao início do plano, em 2007. Esse índice significa que, em 2009, cerca de 207 milhões de embalagens foram recicladas somente no estado do Paraná.


Um dos maiores problemas socioambientais está relacionado com a geração de resíduos e grande parte destes são embalagens. Como a Tetra Pak vem atuando na orientação do consumidor de seus produtos no processo de reciclagem?

A Tetra Pak busca ser reconhecida pelos consumidores como uma empresa que oferece soluções para manter os alimentos com suas características originais e seguros, com embalagens práticas, ambientalmente corretas e de qualidade. No entanto, mais do que informá-los sobre os atributos de seu produto, a companhia trabalha para mostrar que o consumidor, ao comprar alimentos ou bebidas acondicionados em embalagens da Tetra Pak, está fazendo uma escolha correta e consciente do ponto de vista ambiental e social. Assim, a Tetra Pak busca aproximar-se desse público por meio de ações que promovam a reciclagem e a consciência ambiental e social.


Como está organizado esse processo de reciclagem de embalagens no pós-consumo? Como funciona a logística e qual a capacidade instalada e utilizada?

A embalagem da Tetra Pak é formada por três materiais: papel, alumínio e polietileno. A primeira etapa da reciclagem consiste em separar o papel dos demais elementos. O trabalho é feito em um equipamento denominado Hidrapulper, uma espécie de grande liquidificador que solta as fibras de papel com água. Elas seguem para processamento, onde se transformam em bobinas para a fabricação de caixas, tubetes (utilizados em bobinas de papel nas duas fábricas da Tetra Pak) e papel para impressão (feito a partir da mistura de uma porcentagem das fibras recicladas com papel sulfite). O que sobra é uma massa de plástico e alumínio. O material é enfardado e encaminhado para empresas que irão transformá-lo em produtos como telhas, placas, pellets (grãos) para injeção ou para laminação de peças plásticas e parafina, recuperando o alumínio na forma metálica. No primeiro caso, a mistura é triturada e prensada até a eliminação de toda a água. Em seguida, o material é fundido e depois resfriado para, então, adquirir o formato desejado – telhas ou placas para construção civil. Essas peças vêm conquistando um mercado cada vez maior, graças a sua alta durabilidade e seu valor agregado.

Outra vantagem é que elas são leves, flexíveis e possuem boa absorção acústica. No caso das telhas, elas são mais resistentes à degradação e oferecem melhor conforto térmico em comparação com as telhas comuns (o ambiente fica mais confortável, uma vez que o alumínio reflete os raios infravermelhos do sol, diminuindo a absorção de calor). Já a técnica de peletização foi desenvolvida no Brasil pela Tetra Pak e vem sendo aplicada desde 1998. A transformação da mistura de plástico e alumínio em grãos permitiu ampliar a forma de utilização do material, que hoje é matéria-prima para a fabricação de peças plásticas – vassouras, bolsas, sacolas, embalagens, canetas, capas de cadernos, pastas e objetos de escritório, entre outras. Hoje, mais de dez empresas fabricam peças a partir dos pellets, que, por sua vez, são produzidos por duas recicladoras no estado de São Paulo. Em 2005, a Tetra Pak desenvolveu, em parceria com as empresas Klabin, Alcoa e TSL Ambiental a tecnologia de reciclagem do alumínio na fabricação das embalagens, que consiste na separação total das camadas de alumínio e plástico. O alumínio poder ser comercializado na forma de pó, e o polietileno é transformado em parafina, que é utilizada na produção de impermeabilizantes, lubrificantes ou como matéria-prima para a indústria química. Assim, a reciclagem de embalagens longa vida pós-consumo gera emprego e renda, além de promover a conservação ambiental e a cidadania.


Em sua opinião, o lado cultural dos consumidores, que envolve o hábito da separação do lixo, é a principal barreira para ampliar a reciclagem no Brasil? Que outros fatores dificultam esse processo?

Atualmente, o maior gargalo para aumentar a reciclagem de nosso país é a coleta seletiva. Isso acontece porque as embalagens descartadas pelos consumidores ainda não formam volume suficiente do material para atender a demanda das indústrias recicladoras já existentes. Por isso, temos investido de diversas formas na educação ambiental e na sensibilização da sociedade para incrementar o volume de reciclagem de embalagens cartonadas no país, que hoje chega a mais de 50 mil toneladas por ano.
Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, estamos com expectativas bem positivas, já que cada um dos agentes envolvidos no ciclo de vida dos produtos – fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e poder público – deve assumir sua responsabilidade.


Como a empresa vem atuando para divulgar seus projetos de reciclagem nas redes sociais?

Com este objetivo de disponibilizar conhecimento à população e ajudar na coleta seletiva, a Tetra Pak lançou em 2008 um portal batizado de Rota da Reciclagem (www.rotadareciclagem.com.br). O site aponta a localização e o contato de cooperativas, pontos de entrega voluntária de materiais recicláveis e comércios ligados à cadeia de reciclagem em todo o território nacional. Outro portal desenvolvido pela empresa é o Cultura Ambiental nas Escolas. Voltado a professores e alunos, a plataforma traz conteúdo didático sobre educação ambiental com destaque para a questão dos resíduos sólidos e reciclagem. Cada uma das ferramentas possui canais no Facebook e no Twitter. Nos últimos 40/50 anos, as tecnologias nas embalagens propiciaram que muitas empresas ampliassem sua publicidade e agregassem mais valor em seus produtos, além de avanços relacionados a quantidades fracionadas e de conservação, por outro lado, passou-se a ter um alto passivo ambiental. Em sua opinião, quais são as perspectivas e tendências para o setor de embalagens nos próximos anos?

Na Tetra Pak, temos a premissa da inovação, o que faz com que a companhia antecipe essas tendências. Como líder global mundial em soluções para processamento e envase de alimentos, a empresa tem realizado significativos investimentos na área de desenvolvimento mundial, que conta com cerca de 1.200 profissionais que já discutem como será o cenário do mercado em 2020. Toda a estratégia é antecipada já que uma tecnologia leva até cinco anos para ser desenvolvida. Assim, o ciclo de inovação da empresa mantém-se constante e, de três a cinco anos, são lançadas novidades baseadas nas necessidades e desejos latentes dos consumidores. Para isso, investimos globalmente aproximadamente 3,5% a 4% da receita de vendas, que em 2010 foi de €9,98 bilhões. Ou seja, foram cerca de €400 milhões em pesquisa e desenvolvimento.

Além disso, conhecer o nosso público e saber respeitá-lo é o primeiro passo. Por isso, apostamos nas pesquisas com os nossos clientes e também com os consumidores. Com os resultados, sabemos que uma grande tendência são os produtos ambientalmente corretos. Por isso, como líder, a Tetra Pak investe na utilização de matéria-prima proveniente de fontes renováveis e certificadas. A primeira certificação da cadeia de custódia da Tetra Pak Brasil pelo Forest Stewardship Council (FSC) foi conquistada em 2008. Nosso fornecedor de papel, a Klabin, já possuía a certificação para 100% de suas florestas e, a partir disso, conseguimos obtê-la também para nossas embalagens. A segunda conquista foi em relação ao plástico, com o lançamento das tampas produzidas a partir do “plástico verde”, produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar. Esse projeto deu ao Brasil o pioneirismo mundial no uso do material, que também provém de uma fonte 100% renovável.


Que mensagem final deixaria para os leitores da revista Geração Sustentável?

Costumamos dizer que a Tetra Pak possui o DNA de Sustentabilidade, principalmente por conta de sua origem e da preocupação com o meio ambiente. Assim, mais do que informar os públicos sobre o intenso trabalho desenvolvido em toda a cadeia de reciclagem, temos a missão de agir como agentes transformadores.

Acredito que vivemos em um processo de mudança e de conscientização da sociedade, que não tem volta, felizmente! No entanto, fazer parte desse grupo vanguardista é um desafio já que temos que aprender na prática. Mesmo assim, encaramos esse desafio como uma oportunidade de provocar grande modificação comportamental das pessoas e das corporações.

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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Capa: Campos Gerais: um Paraná a ser conhecido
Visão Sustentável: Produtos concentrados fazem bem ao meio ambiente
Desenvolvimento Local: Setor de sustentabilidade ganha representatividade no Brasil
Responsabilidade Social: Paraná se mobiliza para o desenvolvimento sustentável
Gestão de Resíduos: Crianças aprendem a dar outro destino aos resíduos orgânicos
Energias Renováveis: Cenário para comercialização de carros elétricos no Brasil ainda não é favorável

Artigos:
Fábio André Chedid Silvestre: As leis de incentivo à cultura
Leandro F. Bastos Martins: Promessa é dívida?
Jeronimo Mendes - Inovação e espírito empreendedor
Antenor Demeterco Neto - Logística e desenvolvimento econômico sustentável?
Gastão Octávio da Luz - Desafios Globais ao "desenvolvimento sustentável"

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2 comentários:

  1. Curioso que a Tetrapak tenha se interessado em apoiar medidas de destinação pós-cunsumo no Paraná após ter sido "procurada" pelo governo. Mais transparente com os leitores e consumidores seria a Sra Elisa usar o termo correto: processada, pelo MP. O apoio às cooperativas só veio depois desta pressão, via o acordo com o governo estadual. Pergunto: os demais estados precisarão seguir este mesmo caminho para que a Tetrapak assuma localmente sua responsabilidade pela destinação deste produto altamente problemático do ponto de vista ambiental?
    Se seu produto fosse economicamente reciclável, não apenas passível de reciclagem teórica, não haveria necessidade de a empresa investir tanto em propaganda de que é "verde".
    Agora mais esta história de tampinha de plástico verde... A tampa sim, mas e o pescoço e a ombreira que são colados na caixa?
    Sra Elisa, os 400 milhões de euros de P&D seriam melhor aplicados em achar soluções para o desastre ecológico que estas embalagens causam do que procurar "inventar" necessidades para os consumidores e prosseguir tendo que investir (provavelmente muito mais que os 400M) em marketing para convencer-nos que é viável reciclar este produto economicamente.

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  2. Apoio totalmente o comentário do amigo Jose Furtado, a Tetra Pak responde processo do Ministério Público do Trabalho em SP por descumprir TAC referente a cota de PCDs em suas fábricas e escritórios de SP e Monte Mor, responde no Paraná Processo do mesmo MPT por não cumprir TAC devido não ter cota de aprendizes de 5%, dentre outros processos relevantes de Fraude Sindical em SP investigada e punida pelo Ministério Público de Campinas SP, centenas de processos trabalhistas por não pagar corretamente horas extras e adicional de periculosidade fraudando CLT com patrocínio e inércia do sindicato obreiro daquele estado, responde ainda diversos processos acidentários e doenças ocupacionais, em Monte Mor-SP foi ajuizada pela população uma ACP (Ação civil pública) para obrigar a companhia sueca a devolver ao patrimônio municipal uma importante rua que a empresa surrupiou da cidade, em acordo com a então administração municipal e com a conivência desta, logradouro este que foi doado à empresa bilionária sem nenhuma contrapartida ao povo e município, a não ser a perda de um dos acessos à rodovia SP101 e outros prejuízos aos moradores e comerciantes locais, outrossim foi processada e executada pela fazenda paulista por ser a maior importadora de Viracopos SP e fraudar notas fiscais e valores reais dos equipamentos adquiridos para sonegar milhões em tributos municipais, estaduais e federais. Esta também respondendo diversos processos por submeter sua equipe a jornadas exaustivas de 8 horas em turnos ininterruptos de revesamento, e conceder aos trabalhadores somente 30 minutos de intervalo para descanso e refeição, a justiça trabalhista obrigou a cessação da escala irregular e em conluio com o sindicato e fez a fabrica mudar os turnos e contratar cerca de 100 trabalhadores a mais. Enfim, são tantos ataques aos direitos humanos, principalmente, que torna peremptório a desconfiança e contradição cognitiva a qualquer texto que a empresa publique, conceda em entrevista ou divulgue nos veículos de comunicações, pois é notório a postura anti-jurídica da multinacional semi-monopolista no país. Esperar que uma companhia desta publique algo fidedigno é o mesmo que acreditar que uma empresa que não se preocupa com os seres humanos e seus valores intrínsecos e direitos adquiridos, vá ela se preocupar e empenhar-se a defender o meio ambiente! No minimo metafísico uma interpretação diferente destas linhas supracitadas. Todos os detalhes e docs oficiais no site: veraosuecoporbillymike.com.br.

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