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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Plastibras transforma embalagens de defensivos agrícolas em dutos de plástico reciclado

 
Fábrica recicladora de Cuiabá produz dutos, eletrodutos, drenos e polímeros de plástico reciclado retirado de embalagens de agrotóxicos;

Descrição da imagem
Adilson e os dutos reciclados

Vanessa Brito
A Plastibras Indústria Plástica, de Cuiabá (MT), é um exemplo de que questões ambientais preocupantes podem ser solucionadas e se transformar em oportunidade de negócio sustentável.

Neste caso as temíveis embalagens de defensivos agrícolas (ou agrotóxicos) se tornaram fonte de plástico, depois de lavadas e recicladas, para a fabricação de dutos, eletrodutos, drenos flexíveis e polímeros. Estes são os produtos dessa empresa recicladora, no mercado há quase dez anos.

Entre 2003 e final de 2011, a Plastibras retirou da natureza aproximadamente 24 mil toneladas de embalagens de defensivos agrícolas. Por dois anos consecutivos, recebeu o selo Floresta Viva por neutralizar seus processos industriais em termos de emissão de gás carbônico. A fábrica possui a certificação ISO 9001:2008, voltada à gestão da qualidade e ambiental das empresas. O reúso de água nos processos da Plastibras é de 100%, após passar por estação de tratamento de efluentes.

A empresa cuiabana é a única recicladora do material em Mato Grosso. Ela integra a cadeia de logística reversa de defensivos agrícolas, implantada com muito sucesso no país, há menos de dez anos. Esse segmento brasileiro se tornou referência mundial.

Cadeia

Os elos dessa cadeia começaram a se constituir a partir da Lei Federal 9.974/00, de autoria do senador Jonas Pinheiro (DEM/MT), promulgada em junho de 2000. Essa legislação disciplina e regulamenta o recolhimento e destinação final das embalagens de produtos fitossanitários, definindo responsabilidades dos agentes atuantes na agricultura do país, ou seja, de agricultores, dos canais de distribuição, da indústria e do poder público.

Adilson Valera Ruiz, diretor presidente da Plastibras, aponta a fundação do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), em 2001, como outro passo importante para a consolidação da cadeia de logística reversa dos defensivos agrícolas no país. Atualmente 94 fabricantes do produto são associados do instituto, além de dez entidades de classe, que são sócias colaboradoras da entidade.

“Depois da criação do Inpev, ficou mais fácil os elos dessa cadeia deslancharem”, diz o empresário. A entidade construiu centrais e postos de recebimento de embalagens (lavadas e não lavadas), devidamente licenciados em termos ambientais; fornece orientações técnicas a produtores rurais e empresas recicladoras; entre outras ações. Prefeituras, engenheiros agrônomos e entidades agrícolas foram parceiros da montagem do eficiente sistema de entrega e recebimento do material em todo o território nacional.

Nas centrais de recebimento é feita a segregação das embalagens de defensivos agrícolas por cores e materiais (metais, papelão, plástico, etc). Os contaminados são separados e levados para serem incinerados em São Paulo e Minas Gerais. Os demais são prensados e encaminhados às empresas recicladoras, que pagam por quilo pelo insumo. No caso de escassez da ‘matéria-prima’, o Inpev encaminha o material de outro estado para a empresa recicladora.

Oportunidade

“Antes, a solução era enterrar ou incinerar as embalagens”, relata Adilson. “A Plastibras surgiu da constatação da abundância dessas embalagens na lavoura mato-grossense”, acrescenta. A empresa foi criada em 2003 e contava com 20 colaboradores. Em quase dez anos de atividades, o empreendimento cresceu 100% em produção, qualidade e aprendizado, avalia o empresário. Hoje, a Plastibras trabalha em regime de 24h, em três turnos e com equipe de 80 funcionários.

O fato de a empresa estar no centro do país possibilita atender todas as regiões com agilidade na entrega. A Plastibras dispõe de boa logística e está apta a atender clientes de todas as partes do Brasil com preços competitivos e fretes, que podem ser negociados, segundo o empresário. A meta da empresa é vender seus produtos para todos os estados, nos próximos anos. Sua clientela é constituída por atacadistas e lojistas de materiais de construção e construtoras.

Sustentabilidade

“Fomos a primeira empresa do setor de transformação a receber certificado de neutralização de carbono. Possuímos certificado ISO 9001: 2008, e buscamos atender todas as metas estabelecidas voltadas à sustentabilidade”, afirma Adilson. “Não há esgoto na fábrica. O reúso de água na fábrica é de 100%”, informa orgulhoso.

Outra ação ambiental da Plastibras, denominada “Carbono Zero”, é referente ao convênio firmado com o Instituto Ação Verde, desde 2011, voltada à neutralização da emissão de gás carbônico da empresa por meio do plantio de árvores às margens do rio Cuiabá no município de Santo Antônio de Leverger. Ribeirinhos são remunerados pelos serviços ambientais de cuidar de milhares de mudas e árvores plantadas à beira do rio. Outras empresas cuiabanas também participam da mesma iniciativa, segundo o empresário.

A empresa é parceira do Instituto Maria Stella (IMS) e do Sesi/MT em projeto educativo, que envolve 250 adolescentes, realizado no Distrito Industrial de Cuiabá. A eles são oferecidos cursos de informática, artes, palestras, biblioteca, entre outros. “Esse projeto tem gerado resultados interessantes na região”, ressalta Adilson. Recentemente a empresa contratou uma adolescente participante do projeto, que se destacou nos cursos.

Os funcionários da Plastibras recebem décimo quarto salário, referente à participação nos resultados anuais da empresa, ressalta o diretor da empresa. (www.plastibras.ind.com )

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