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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Empresários, é hora de agir!

A palavra de ordem do século XXI precisa que resgatemos seu sentido original. Tão apregoado nos últimos tempos, o termo sustentabilidade parece banalizado. A grande distância entre o discurso e a prática mascara a real amplitude do “desenvolvimento sustentável”, que é bem mais concreta do que o jargão vazio do mero discurso verde. Afinal, o uso legítimo da palavra sustentabilidade deve refletir efetivas ações que promovam o equilíbrio entre as esferas social, econômica e ambiental.

Publicado em 2012 pelo Núcleo Petrobras de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral, o “Relatório: Estágio da Sustentabilidade das Empresas Brasileiras” evidenciou a dissociação entre a percepção e compreensão da sustentabilidade e sua gestão dentro das empresas. A pesquisa sinaliza que 67% das empresas brasileiras não possuem procedimentos sustentáveis inseridos na cultura empresarial - apesar de terem uma boa percepção do termo!

Foram validados 172 questionários, respondidos principalmente por grandes empresas, com mais de 250 funcionários. O relatório baseia a análise em uma classificação de cinco estágios da sustentabilidade empresarial. O primeiro é o mais elementar, quando a sustentabilidade é desenvolvida em ações esporádicas, sem programas elaborados.

O segundo estágio, chamado de “engajado”, reflete a situação de lideranças que levam em consideração aspectos da sustentabilidade, porém com comunicação limitada com stakeholders. Esse é o estágio em que se encontra a maioria das empresas brasileiras, de acordo com o relatório.

O terceiro estágio é “inovador”, já com uma visão mais ampla de sustentabilidade, quando há alto nível de aprendizagem e inovação, porém falta alinhamento dos processos de sustentabilidade e as estratégias empresariais.

O quarto estágio atinge o nível “integrado”, quando a liderança inclui os processos de sustentabilidade na visão central da empresa e utiliza indicadores para o monitoramento. O estágio mais avançado é o “transformador”, quando há uma visão inclusiva de sustentabilidade, articulada com os demais sistemas e processos da empresa, e, além disso, há o estabelecimento de parcerias com stakholders, como ONGs.

Assim, é justamente na gestão empresarial que se encontram os ingredientes primordiais para diminuir o abismo entre a prática e o discurso, além de operar como estratégia central dos negócios, alinhar a sustentabilidade às demais áreas.

A dissociação da sustentabilidade aos outros setores decorre, principalmente, da falta de mobilização das lideranças, que não enxergam o potencial da área. Investir em sustentabilidade é contribuir com a rentabilidade dos negócios, com o incentivo à inovação e à formação de parcerias. Empresas que priorizam o meio ambiente agradam o consumidor por transmitir credibilidade, além de cooperar com a preservação ambiental.

Apesar das vantagens de investir em sustentabilidade, 67% das empresas entrevistadas associam a formação de parcerias aos benefícios financeiros das oportunidades de inovação. Apenas 48% admite ser incapaz de resolver tudo sozinho, o que leva às parcerias. Do mesmo modo, a intenção de mais de 90% das empresas quando investem em questões ambientais é o reconhecimento social.

Fica claro, portanto, que reputação e imagem são visadas pela gestão empresarial, mesmo que não correspondam à realidade. Nesse antagonismo, o que não pode mais perdurar é o não cumprimento da legislação ambiental e a inércia na tomada de ações efetivas em prol da sustentabilidade.




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